"O reconhecimento das necessidades humanas ou a sua sufocação em nome das preferências fazem hoje a diferença ente o socialismo e capitalismo. [...] Monopolizar e concentrar os meios materiais de vida é destruir as possibilidades da vida do outro, dado que aquilo que se concentra e se tira não são simples riquezas, mas meios de vida – víveres no sentido mais literal da palavra. [...] À luz das necessidades, trata-se da possibilidade de viver, enquanto que à luz das preferências trata-se somente de viver a níveis quantitativamente diferentes, sejam melhores ou piores. [...] Diante de um simples jogo de preferências, a exigência de mudanças aparece como um resultado da inveja. Diante de necessidades, aparece como uma exigência da possibilidade de viver e como raiz da legitimidade de todas as legitimidades." (Hinkelammert - Crítica da razão utópica).
Somos sujeitos aprendentes. A vida e o sentido do humano se constituem nas intermitentes e infinitas travessias, no encontro com o/a Outro/a. E o encontro com a realidade é o chão da fé vivida que profetiza a esperança.
sexta-feira, 28 de março de 2014
segunda-feira, 17 de março de 2014
Dica de leitura: Violência, mas para quê?
JAPPE, Anselm. Violência, mas para quê? São Paulo: Hedra, 2009, 55 p.
O texto foi escrito em 2009. Porém, sua análise é atual, sobretudo tendo em conta o atual contexto em que a palavra 'violência' parece ter virando um clichê na boca dos porta-vozes da mídia tradicional, para 'enquadrar' os movimentos de rua na lógica policialesca. Jappe é filósofo nascido na Alemanha.
"Toda e qualquer oposição à política das instâncias eleitas que vai além de um abaixo-assinado ou de uma carta ao deputado local é por definição 'antidemocrática'. Em outras palavras, tudo o que poderia ser minimamente eficaz é proibido, mesmo o que ainda era permitido há não muito tempo. O estado democrático atual está muito mais equipado do os Estados totalitários de outrora para fazer o mal, para perseguir de perto e eliminar tudo o que possa fazer-lhe frente, fez tudo para que a única alternativa seja a barbárie aberta. O que o Estado teme são os movimentos sem chefe e que fogem do enquadramento" (contracapa)
sexta-feira, 7 de março de 2014
Indicação: "Brasil: nunca mais" digital
"Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça." (Dom Paulo Evaristo Arns)
"Brasil: nunca mais" digital
"Brasil: nunca mais" digital
quinta-feira, 6 de março de 2014
A democracia no Brasil
De Renato Machado:
"A democracia no Brasil é bastante recente e, por isso, ainda apresenta sintomas de imaturidade e, até mesmo, de infantilidade. Um destes sintomas é a tendência a considerar que a democracia é algo unilateral e que só pode ser assim considerada quando atende a alguns modelos específicos de organização social e econômica. Geralmente, defende este modelo "democrático" quem não é prejudicado em tempos de ditadura e que terminado um regime ditatorial, apresenta-se como "defensor da liberdade". Ora, o que se vive neste momento é exatamente isso: a convocação de uma nova (e patética) "marcha da família" expressa a infantilidade de alguns setores da sociedade que tem sérias dificuldades em aceitar modelos diferentes daquele que já conhecem. Estas "crianças" são facilmente manipuladas por aqueles que conhecem a "manha do jogo" e manipulam tudo para continuarem lucrando."
quarta-feira, 5 de março de 2014
Alteridade e educação
Conceito de aprendência:
Encontrar-se com outrem é estar sempre de
partida. E uma das tarefas da educação é desencadear uma sensibilidade aberta a
esse êxodo. É possibilidade educativa se fazendo constantemente caminho, ou,
para usar um neologismo de Assmann, em permanente estado de ‘aprendência’.* E a partir da condição ética, aprender é significar a
existência humana na interlocução com as diferentes epifanias da vida. O êxodo,
enquanto movimento do eu para o outro, abre-se enquanto interpelação vinda do
próprio rosto do outro. O caminho que me conduz ao outro implica na
ressignificação da minha liberdade. Na medida em que me abro ao outro, há o
desabrochar da minha própria humanidade. O êxodo do eu para-o-outro anuncia a esperança que abre para o infinito, fissurando
a ordem da totalidade.
DALLA ROSA, 2012, p. 183.
* Enquanto
processo e experiência de aprendizagem, o termo
‘aprendência’ “pretende frisar o caráter de processo e personalização que está
semanticamente embutido na termilogia disponível em outros idiomas, por
exemplo, no it. apprendimento; no
ingl. learning, learning processes; no al. Lernen.
Em port. temos aprendizado
(foneticamente duro) [...]. Locuções com várias palavras são sempre possíveis,
mas por vezes dão a impressão de circunlóquios pouco expressivos. Na língua
francesa há quem se empenhe pelo mesmo tipo de neologismo: o termo ‘aprendizagem’ (‘apprentissage’) deve ceder o lugar ao
termo ‘aprendência’ (‘apprenance’), que traduz melhor, pela sua própria forma,
este estado de estar-em-processo-de-aprender, esta função do ato de aprender
que constrói, e seu estatuto de ato existencial que caracteriza efetivamente o
ato de aprender, indissociável da dinâmica do vivo.” ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 128.
domingo, 2 de março de 2014
Educar para a sabedoria do amor: a alteridade como paradigma educativo
Publicado pela Editora Paulinas, este livro aborda o conceito de
alteridade de Emmanuel Lévinas (1906-1995), filósofo judeu francês-lituano,
delineando decorrências para a reflexão e prática educativa libertadora.
Trata-se de um encontro com a Ética da Alteridade que se pronuncia pelo viés do
amor à sabedoria dos gregos, mas tem
seu sentido fecundado e nutrido pela sabedoria
do amor dos profetas.
Em Lévinas, realiza-se uma
torção, em que a razão da maiêutica, do cogito, da ontologia, da totalidade, do
primado do eu é profundamente questionada pelo rosto do outro que se faz
proximidade e anuncia o logos do
Infinito, da ética, da fecundidade, da hospitalidade, da não indiferença,
enfim, da subjetividade fermentada pelo estatuto da alteridade.
A educação é introduzida como
possibilidade em fomentar a sensibilidade ética na dinâmica de vida das pessoas.
Além de levar adiante a ideia de uma pedagogia do êxodo, o livro oferece um
encontro com o pensamento de Paulo Freire, em que se viabiliza uma práxis
educativa libertadora.
https://www.paulinas.org.br/loja/?system=produtos&action=detalhes&produto=521612
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