quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Para compreender o Brasil - Dicas de leituras

Algumas leituras essências para compreender o Brasil, desde seu sentido, história e formação:
1) O povo brasileiro - Darcy Ribeiro;
2) Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Holanda;
3) Casa Grande e Senzala - Gilberto Freyre;
4) Crítica da razão tupiniquim - Roberto Gomes;
5) O que faz o brasil, Brasil? - Roberto daMatta;
6) Formação econômica brasileira; Celso Furtado;
7) Brasil Nunca Mais - Paulo E. Arns (org.).

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O entesouramento da riqueza

“O entesouramento de riqueza é a acumulação de objetos quantificáveis (1) para uso futuro ou (2) simplesmente como tesouro. A ‘situação sociológica’ é tal que as pessoas (1) preferem não consumir nem destruir de outra maneira esses objetos no presente, mas adiar essa ação para um momento futuro, ou (2) preferem as vantagens da simples posse, especialmente o poder, o prestígio e a influência que decorrem dela. A ‘operação’ envolvida consiste em guardar, armazenar ou conservar os objetos para uso futuro, ou para que sua posse e, de preferência, sua exibição ostensiva possam resultar em prestígio para o possuidor e para aqueles que ele possa representar”.
(POLANYI, Kari Levitt. A subsistência do homem. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012, p. 160).

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pensando a ideia de democracia


Mais do que um simples ponto de chegada, a democracia é um caminho em constante construção, tendo em conta que é uma realidade sempre insuficiente. Por conseguinte, o controle democrático da dominação expressa o sentido do realismo político como arte do possível.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Eliminar a fome requer inteligência e ética

De José Esquinas-Alcázar: "O que realmente é paradoxal e indignante é que a fome não é consequência, como acreditam muitos, da falta de alimentos. Hoje, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO, há alimentos no mundo para alimentar folgadamente a população mundial. Os alimentos estão no mercado internacional, mas não chegam às mesas nem às bocas dos que têm fome. Em outras palavras, o problema não é a produção de alimentos, mas o acesso aos mesmos. O problema é, essencialmente, de índole política. Isto foi reconhecido explicitamente há mais de 50 anos por um grande presidente dos Estados Unidos. Em 1963, John F. Kennedy, em seu discurso no primeiro Congresso Mundial de Alimentos, disse: “Em nossa geração temos os meios e a capacidade de eliminar a fome da face da Terra. Necessitamos, para tanto, apenas de vontade política”. Se há 50 anos já existiam os meios e a capacidade para acabar com a fome, imagine hoje! No entanto, continua faltando vontade política para isso."
Entrevista concedida à IHU On-line (05/05/2014)

terça-feira, 1 de abril de 2014

Pobreza e fome

De Hinkelammert (Crítica da razão utópica):
"Na realidade, o mau da pobreza não é a fome. A fome é algo bom. O mau é a impossibilidade de satisfazer a fome. [...] A maldade da pobreza só surge quando após a fome não vem a refeição, após a sede a bebida, após o frio o calor agradável e ao calor uma boa brisa refrescante." 

sexta-feira, 28 de março de 2014

O reconhecimento das necessidades humanas

"O reconhecimento das necessidades humanas ou a sua sufocação em nome das preferências fazem hoje a diferença ente o socialismo e capitalismo. [...] Monopolizar e concentrar os meios materiais de vida é destruir as possibilidades da vida do outro, dado que aquilo que se concentra e se tira não são simples riquezas, mas meios de vida – víveres no sentido mais literal da palavra. [...] À luz das necessidades, trata-se da possibilidade de viver, enquanto que à luz das preferências trata-se somente de viver a níveis quantitativamente diferentes, sejam melhores ou piores. [...] Diante de um simples jogo de preferências, a exigência de mudanças aparece como um resultado da inveja. Diante de necessidades, aparece como uma exigência da possibilidade de viver e como raiz da legitimidade de todas as legitimidades." (Hinkelammert - Crítica da razão utópica).

segunda-feira, 17 de março de 2014

Dica de leitura: Violência, mas para quê?

JAPPE, Anselm. Violência, mas para quê? São Paulo: Hedra, 2009, 55 p.
O texto foi escrito em 2009. Porém, sua análise é atual, sobretudo tendo em conta o atual contexto em que a palavra 'violência' parece ter virando um clichê na boca dos porta-vozes da mídia tradicional, para 'enquadrar' os movimentos de rua na lógica policialesca. Jappe é filósofo nascido na Alemanha.
"Toda e qualquer oposição à política das instâncias eleitas que vai além de um abaixo-assinado ou de uma carta ao deputado local é por definição 'antidemocrática'. Em outras palavras, tudo o que poderia ser minimamente eficaz é proibido, mesmo o que ainda era permitido há não muito tempo. O estado democrático atual está muito mais equipado do os Estados totalitários de outrora para fazer o mal, para perseguir de perto e eliminar tudo o que possa fazer-lhe frente, fez tudo para que a única alternativa seja a barbárie aberta. O que o Estado teme são os movimentos sem chefe e que fogem do enquadramento" (contracapa)

sexta-feira, 7 de março de 2014

quinta-feira, 6 de março de 2014

A democracia no Brasil

De Renato Machado:
"A democracia no Brasil é bastante recente e, por isso, ainda apresenta sintomas de imaturidade e, até mesmo, de infantilidade. Um destes sintomas é a tendência a considerar que a democracia é algo unilateral e que só pode ser assim considerada quando atende a alguns modelos específicos de organização social e econômica. Geralmente, defende este modelo "democrático" quem não é prejudicado em tempos de ditadura e que terminado um regime ditatorial, apresenta-se como "defensor da liberdade". Ora, o que se vive neste momento é exatamente isso: a convocação de uma nova (e patética) "marcha da família" expressa a infantilidade de alguns setores da sociedade que tem sérias dificuldades em aceitar modelos diferentes daquele que já conhecem. Estas "crianças" são facilmente manipuladas por aqueles que conhecem a "manha do jogo" e manipulam tudo para continuarem lucrando."

quarta-feira, 5 de março de 2014

Alteridade e educação

Conceito de aprendência:
Encontrar-se com outrem é estar sempre de partida. E uma das tarefas da educação é desencadear uma sensibilidade aberta a esse êxodo. É possibilidade educativa se fazendo constantemente caminho, ou, para usar um neologismo de Assmann, em permanente estado de ‘aprendência’.* E a partir da condição ética, aprender é significar a existência humana na interlocução com as diferentes epifanias da vida. O êxodo, enquanto movimento do eu para o outro, abre-se enquanto interpelação vinda do próprio rosto do outro. O caminho que me conduz ao outro implica na ressignificação da minha liberdade. Na medida em que me abro ao outro, há o desabrochar da minha própria humanidade. O êxodo do eu para-o-outro anuncia a esperança que abre para o infinito, fissurando a ordem da totalidade.
DALLA ROSA, 2012, p. 183.



* Enquanto processo e experiência de aprendizagem, o termo ‘aprendência’ “pretende frisar o caráter de processo e personalização que está semanticamente embutido na termilogia disponível em outros idiomas, por exemplo, no it. apprendimento; no ingl. learning, learning processes; no al. Lernen. Em port. temos aprendizado (foneticamente duro) [...]. Locuções com várias palavras são sempre possíveis, mas por vezes dão a impressão de circunlóquios pouco expressivos. Na língua francesa há quem se empenhe pelo mesmo tipo de neologismo: o termo ‘aprendizagem’ (‘apprentissage’) deve ceder o lugar ao termo ‘aprendência’ (‘apprenance’), que traduz melhor, pela sua própria forma, este estado de estar-em-processo-de-aprender, esta função do ato de aprender que constrói, e seu estatuto de ato existencial que caracteriza efetivamente o ato de aprender, indissociável da dinâmica do vivo.” ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 128.

domingo, 2 de março de 2014

Educar para a sabedoria do amor: a alteridade como paradigma educativo


Publicado pela Editora Paulinas, este livro aborda o conceito de alteridade de Emmanuel Lévinas (1906-1995), filósofo judeu francês-lituano, delineando decorrências para a reflexão e prática educativa libertadora. Trata-se de um encontro com a Ética da Alteridade que se pronuncia pelo viés do amor à sabedoria dos gregos, mas tem seu sentido fecundado e nutrido pela sabedoria do amor dos profetas.
Em Lévinas, realiza-se uma torção, em que a razão da maiêutica, do cogito, da ontologia, da totalidade, do primado do eu é profundamente questionada pelo rosto do outro que se faz proximidade e anuncia o logos do Infinito, da ética, da fecundidade, da hospitalidade, da não indiferença, enfim, da subjetividade fermentada pelo estatuto da alteridade.

A educação é introduzida como possibilidade em fomentar a sensibilidade ética na dinâmica de vida das pessoas. Além de levar adiante a ideia de uma pedagogia do êxodo, o livro oferece um encontro com o pensamento de Paulo Freire, em que se viabiliza uma práxis educativa libertadora.
https://www.paulinas.org.br/loja/?system=produtos&action=detalhes&produto=521612