Sob os moldes da cultura capitalista,
há a produção de angústia e desesperança. Em sua ânsia de consumir, o sujeito perde sua
espontaneidade ativa e, ao mesmo tempo, “entrega-se ao consumo de
‘satisfactores’ (formas variadas de catarse que são contrários à própria
satisfação, como drogas, prostituição, promiscuidade, alcoolismo, medicamentos
superficiais, alimentos não saudáveis, modas, etc”.[1] Uma
sociedade modelada pela dinâmica neoliberal, que permite selecionar quem pode
consumir os bens ofertados mediante indução publicitária, que funciona
sob a lógica do descartável e da competição, emite uma cultura de interdição
do/a Outro/a. Em outras palavras, é uma cultura que fortalece práticas de
intolerância, indiferença e obliteração em relação à alteridade. De modo que,
no dizer de Assmann e Mo Sung, “o
que justamente caracteriza a subjetividade na cultura do narcisismo é a
impossibilidade de poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não
consegue se descentrar de si mesmo.”
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