sábado, 18 de novembro de 2017

sociedade modelada pela dinâmica neoliberal

Sob os moldes da cultura capitalista, há a produção de angústia e desesperança. Em sua ânsia de consumir, o sujeito perde sua espontaneidade ativa e, ao mesmo tempo, “entrega-se ao consumo de ‘satisfactores’ (formas variadas de catarse que são contrários à própria satisfação, como drogas, prostituição, promiscuidade, alcoolismo, medicamentos superficiais, alimentos não saudáveis, modas, etc”.[1] Uma sociedade modelada pela dinâmica neoliberal, que permite selecionar quem pode consumir os bens ofertados mediante indução publicitária, que funciona sob a lógica do descartável e da competição, emite uma cultura de interdição do/a Outro/a. Em outras palavras, é uma cultura que fortalece práticas de intolerância, indiferença e obliteração em relação à alteridade. De modo que, no dizer de Assmann e Mo Sung, “o que justamente caracteriza a subjetividade na cultura do narcisismo é a impossibilidade de poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não consegue se descentrar de si mesmo.”


[1] Hinkelammert; Jiménez. eCONOMIA PARA A VIDA. sAN jOSE, cOSTA rICA: DEI, 2005, p. 261.

Sobre a economia solidária

A economia solidária, que é uma experiência coletiva e socialista, deve interagir com a comunidade e assumir uma perspectiva mais ecológica, constituindo-se uma estratégia de libertação. A opção pela comunidade e pelo princípio do cuidar da natureza indica uma posição inversa ao capitalismo. Um empreendimento solidário não é apenas uma cooperativa que se atém ao aspecto econômico nem é uma prática reformista. A solidariedade fissura o puro economicismo.

A lei da mercadoria



A lei da mercadoria e do valor financeiro soam à classe trabalhadora como partes de um mundo que não lhe pertencente, embora esse mundo constitua uma obra moldada por suas mãos. A recompensa pela subordinação ao capital é o salário cotejado meritocraticamente, uma recompensa mercantil de antemão sequestrada pelo mercado financeiro, mediante crédito vendido a preço de juros, porque o desejo consumista é o aval dessa transação que ocupa a subjetividade humana como oportunidade de negócio. Ou seja, o mercado começa e termina como mercadoria subtraída dos ‘escravos do capital’.