Sob os moldes da cultura capitalista,
há a produção de angústia e desesperança. Em sua ânsia de consumir, o sujeito perde sua
espontaneidade ativa e, ao mesmo tempo, “entrega-se ao consumo de
‘satisfactores’ (formas variadas de catarse que são contrários à própria
satisfação, como drogas, prostituição, promiscuidade, alcoolismo, medicamentos
superficiais, alimentos não saudáveis, modas, etc”.[1] Uma
sociedade modelada pela dinâmica neoliberal, que permite selecionar quem pode
consumir os bens ofertados mediante indução publicitária, que funciona
sob a lógica do descartável e da competição, emite uma cultura de interdição
do/a Outro/a. Em outras palavras, é uma cultura que fortalece práticas de
intolerância, indiferença e obliteração em relação à alteridade. De modo que,
no dizer de Assmann e Mo Sung, “o
que justamente caracteriza a subjetividade na cultura do narcisismo é a
impossibilidade de poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não
consegue se descentrar de si mesmo.”
Somos sujeitos aprendentes. A vida e o sentido do humano se constituem nas intermitentes e infinitas travessias, no encontro com o/a Outro/a. E o encontro com a realidade é o chão da fé vivida que profetiza a esperança.
sábado, 18 de novembro de 2017
Sobre a economia solidária
A economia solidária, que é uma experiência coletiva e
socialista, deve interagir com a comunidade e assumir uma perspectiva mais
ecológica, constituindo-se uma estratégia de libertação. A opção pela comunidade
e pelo princípio do cuidar da natureza indica uma posição inversa ao
capitalismo. Um empreendimento solidário não é apenas uma cooperativa que se
atém ao aspecto econômico nem é uma prática reformista. A solidariedade fissura
o puro economicismo.
A lei da mercadoria
A lei da mercadoria e do valor financeiro soam à classe trabalhadora como partes de um mundo que não lhe pertencente, embora esse mundo constitua uma obra moldada por suas mãos. A recompensa pela subordinação ao capital é o salário cotejado meritocraticamente, uma recompensa mercantil de antemão sequestrada pelo mercado financeiro, mediante crédito vendido a preço de juros, porque o desejo consumista é o aval dessa transação que ocupa a subjetividade humana como oportunidade de negócio. Ou seja, o mercado começa e termina como mercadoria subtraída dos ‘escravos do capital’.
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