Se a justiça dos tribunais não consegue atender à
justa memória, a evocação daqueles/as que tombaram sob o peso da tirania e da
indiferença, continua soando como uma responsabilidade ética. Tal como na interpelação de T. Adorno (In: Educação e emancipação)
à educação, que Auschwitz não se repita, apesar das
constantes frustrações, porque há reprises do totalitário, a tarefa primordial continua
à luta para que não se repita a tirania de toda espécie. Aliás, um dos lamentos de Mandela (In: Conversas que
eu tive comigo), no contexto sul-africano, chama a atenção para o fato de
que “em geral, os professores se esquivam de temas como opressão racial, falta
de oportunidades para os negros e as numerosas indignidades a que o negro é
submetido na vida diária”. Com efeito, diz Mandela, “um novo mundo não será conquistado por aqueles que se
mantêm a distância com os braços cruzados, mas por aqueles que estão na arena,
cujas vestes estão rasgadas por tempestades e cujos corpos são mutilados no
decorrer da luta”.
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