Somos sujeitos aprendentes. A vida e o sentido do humano se constituem nas intermitentes e infinitas travessias, no encontro com o/a Outro/a. E o encontro com a realidade é o chão da fé vivida que profetiza a esperança.
terça-feira, 18 de outubro de 2016
Ponto e Linha - cercas e fronteiras
Fissurando pontos e linhas:
"Entre teu povo e o meu
Há um ponto e uma linha.
A linha disse: não há passagem.
O ponto, está fechada.
E assim entre todos os povos,
Linha e ponto, ponto e linha.
Com tantas linhas e tantos pontos
O mapa é um telegrama.
Caminhando pelo mundo
Se veem rios e montanhas,
Se veem selva e desertos,
Porém, não há pontos nem linhas.
Porque essas coisas não existem,
Mas foram traçadas
Para que minha fome e a tua
Permaneçam sempre separadas."
KHATIBI, Abdelkebir. Love in Two Languages (Amor bilíngue). Minneapolis: University of Minnesota, 1990, p. 73.
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Justa Memória
Se a justiça dos tribunais não consegue atender à
justa memória, a evocação daqueles/as que tombaram sob o peso da tirania e da
indiferença, continua soando como uma responsabilidade ética. Tal como na interpelação de T. Adorno (In: Educação e emancipação)
à educação, que Auschwitz não se repita, apesar das
constantes frustrações, porque há reprises do totalitário, a tarefa primordial continua
à luta para que não se repita a tirania de toda espécie. Aliás, um dos lamentos de Mandela (In: Conversas que
eu tive comigo), no contexto sul-africano, chama a atenção para o fato de
que “em geral, os professores se esquivam de temas como opressão racial, falta
de oportunidades para os negros e as numerosas indignidades a que o negro é
submetido na vida diária”. Com efeito, diz Mandela, “um novo mundo não será conquistado por aqueles que se
mantêm a distância com os braços cruzados, mas por aqueles que estão na arena,
cujas vestes estão rasgadas por tempestades e cujos corpos são mutilados no
decorrer da luta”.
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