sexta-feira, 10 de junho de 2016

Teologia Palestina da Libertação - Naim Stifan Ateek


Na medida em que a teologia assume a condição de estar à margem ou mesmo fora das bordas que o sistema hegemônico estabelece, tornando-se caminhada junto ao povo que luta por justiça e transformação social, há um sopro que reaquece a brasa que arde no coração da mensagem bíblica. Memória do amor que se faz eucaristia da libertação. A Palavra de Deus surge como uma mensagem de vida, esperança, ela nasce no coração dos pequeninos. Enfatizar o aspecto libertador da Palavra de Deus significa, no dizer de Naim Ateek, que fala a partir de uma teologia palestina da libertação, significa “sintonizar nossos ouvidos ao que Deus está dizendo para nós hoje e ao que Ele pretende realizar através de nós neste mundo por Ele é amado e, para o qual, Cristo foi enviado”. De modo que “a teologia da libertação é uma forma de falar profeticamente e contextualmente para uma situação particular, especialmente onde a opressão, o sofrimento e a injustiça permanecem reinando”. Em suma, escutar a Palavra de Deus, tal como no contexto do Oriente Médio, realidade esta que toca a Ateek, implica ter a sensibilidade solidária de que “Deus tem alguma coisa muito importante para dizer tanto para o oprimido como para os opressores [...]”.
(ATEEK, Naim Stifan. Justice and Only Justice: a Palestian Theology of Liberation. New York: Orbis Book, 1989).

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