Na medida em que a teologia assume a condição de
estar à margem ou mesmo fora das bordas que o sistema hegemônico estabelece, tornando-se
caminhada junto ao povo que luta por justiça e transformação social, há um sopro
que reaquece a brasa que arde no coração da mensagem bíblica. Memória do amor que
se faz eucaristia da libertação. A Palavra
de Deus surge como uma mensagem de vida, esperança, ela nasce no coração
dos pequeninos. Enfatizar o aspecto libertador da Palavra de Deus significa, no dizer de Naim Ateek, que fala a partir
de uma teologia palestina da libertação, significa “sintonizar nossos ouvidos ao
que Deus está dizendo para nós hoje e ao que Ele pretende realizar através de nós
neste mundo por Ele é amado e, para o qual, Cristo foi enviado”. De modo que “a
teologia da libertação é uma forma de falar profeticamente e contextualmente
para uma situação particular, especialmente onde a opressão, o sofrimento e a
injustiça permanecem reinando”. Em suma, escutar a Palavra de Deus, tal como no contexto do Oriente Médio, realidade esta
que toca a Ateek, implica ter a sensibilidade solidária de que “Deus tem alguma
coisa muito importante para dizer tanto para o oprimido como para os opressores
[...]”.
(ATEEK,
Naim Stifan. Justice and Only Justice: a
Palestian Theology of Liberation. New York: Orbis Book, 1989).
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